segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Vai fazer sol, acreditem!!!



A íntegra do texto de Rubens Alves que distribui na aula passada. Rumo a Imbé na próxima sexta-feira! Vai fazer sol, acreditem!!!

"Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui
para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que
ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente,
mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em
reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram,
cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de
conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do
mundo. Não quero que me convidem para eventos de um fim-de-semana com
a proposta de abalar o milênio.
Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir
estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar
da idade cronológica, são imaturos. Não quero ver os ponteiros do
relógio avançando em reuniões de 'confrontação', onde 'tiramos fatos a
limpo'. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo
majestoso cargo de secretário-geral do coral.
Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: 'as pessoas não
debatem conteúdos, apenas os rótulos'. Meu tempo tornou-se escasso
para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana,
muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com
triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua
mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja
tão-somente andar ao lado do que é justo. Caminhar perto de coisas e
pessoas de verdade, desrutar desse amor absolutamente sem fraudes,
nunca será perda de tempo."
(Rubem Alves)

domingo, 15 de novembro de 2009

A paisagem do Imbé


A paisagem do Imbé
Imbé faz parte do Litoral Norte do Rio Grande do Sul e sua economia está associada à atividade turística de veraneio, o que confere a região características de grande variação sazonal da população e intensa urbanização. Por esse motivo, muitas vezes, a dinâmica desse ambiente, assim como a flora e fauna, passam despercebidas pelas pessoas que só veraneiam ou até por aquelas que residem no litoral.
A paisagem do litoral gaúcho é constituída pelas praias marinhas, dunas, lagoas doces e salobras, encostas da serra e pelos banhados. Todos esses ecossistemas fornecem um valor paisagístico único. O Rio Grande do Sul, entre os estados atlânticos do Brasil é o que possui o litoral mais uniforme, e nele os maiores lagos do país.
O litoral rio-grandense apresenta vários caracteres peculiares. Existe uma uniformidade de estrutura em toda a sua extensão, com exceção a Torres; há um paralelismo de disposição evidente dos elementos da paisagem, já que tudo se orienta em direção sudoeste-nordeste e por último a multiplicidade de coloridos produziu uma paisagem exclusivamente rio-grandense que não há similar em todo o Brasil (1).
A paisagem litorânea é alterada freqüentemente, seja pela interferência direta ou indireta do homem ou por fatores físicos, químicos e/ou biológicos. As zonas costeiras são afetadas pelas mudanças do clima e do nível do mar, além da exploração pelo homem, que leva ao declínio gradativo dos recursos em diversas escalas, principalmente na escala regional. Entre as atividades do homem que alteraram consideravelmente a paisagem do litoral, através do desmatamento, bem como por drenagens, destacam-se: criação de gado, plantação de arroz e grandes extensões de monocultura de eucaliptos e de Pinus.
A vegetação
A delimitação real dos domínios da Mata Atlântica tem gerado muitas discussões. Originalmente, se estendia do Ceará ao Rio Grande do Sul e praticamente acompanhava todo o litoral brasileiro, cobrindo 1.306.421 km2 do território; atualmente, restam 8% do bioma original (2). A Mata Atlântica é constituída por florestas de planície e de altitude, matas costeiras e de interior, ilhas oceânicas e ecossistemas associados, como restingas, manguezais e campos de altitude.

A ocupação estrangeira do território brasileiro se deu pela costa, através de um pensamento de conquista e uso de um número máximo de recursos, sem nenhuma pretensão de conservação e manejo e sim atendendo a evolução econômica.

Mesmo restando tão pouco da cobertura original, a Mata Atlântica ainda é uma das florestas com maior biodiversidade do mundo. Muitas espécies ameaçadas de extinção e/ou endêmicas dependem desse bioma para a sua sobrevivência e conservação.

A vegetação que observamos atualmente na faixa litorânea em Imbé pertence à restinga, que é um ecossistema associado à Mata Atlântica. No entanto, a forte pressão antrópica e o aumento da urbanização fizeram com que restassem poucas áreas com condições favoráveis ao estabelecimento e a conservação da vegetação. Mesmo assim, em algumas faixas de dunas no Imbé ainda podemos avistar a flora e a fauna associada que fazem parte da restinga.

As areias litorâneas oferecem um substrato desfavorável à vida vegetal. Alguns fatores dificultam o estabelecimento de vegetais na planície litorânea. Entre eles: a areia é pobre em substâncias nutritivas para as plantas, a permeabilidade quanto a água é alta, há uma quantidade de sal marítimo que imobiliza grande parte da água infiltrada, o calor do sol é intenso e faz evaporar a umidade das camadas superficiais, o vento causa um impacto nas partes aéreas dos vegetais e é o principal responsável pela mobilidade das dunas, que muitas vezes acaba soterrando regiões nas quais vegetais conseguem se fixar(3).

No entanto, mesmo com todos esses fatores que dificultam a fixação e a sobrevivência dos vegetais nesse ambiente, a natureza sempre se mostra desafiadora. Existem espécies vegetais tolerantes e adaptadas a essas condições. Algumas características fisiológicas e/ou morfológicas na planta podem aumentar a sua tolerância, como por exemplo: ser suculenta, apresentar abcissão foliar, possuir um reduzido número de estômatos, e apresentar glândulas de excreção de sal, entre outras.

A vegetação de restinga é bastante complexa e vai desde tipos herbáceos até arbustivos e arbóreos. As dunas podem ser divididas em primárias (antedunas), secundárias e terciárias. As dunas primárias constituem uma comunidade pobre na riqueza de espécies, formada basicamente por Paspalum vaginatum, espécie extremamente tolerante à salinidade. Nas dunas que se estendem paralelamente à costa, as secundárias e terciárias, há uma diversidade mais elevada onde comunidades diferentes alternam-se devido a maior ou menor influência do lençol freático (4). Espécies como Hydrocotyle bonariensis e Panicum racemosum são características nessas dunas.

As dunas secundárias e terciárias possuem um papel ecológico importante na formação e na fixação das dunas costeiras, já que apresentam adaptações ao contínuo soterramento pela areia transferida pelo vento (5). No entanto, apenas uma faixa pequena da planície litorânea em Imbé ainda possui dunas secundárias e terciárias, estas foram substituídas por calçadões e por construções de quiosques, casas e etc. Mesmo assim, em função da fragilidade dos ecossistemas de restinga, a vegetação que existe, exerce um papel fundamental para a estabilização dos sedimentos e a manutenção da drenagem natural, bem como para a preservação da fauna residente e migratória associada.

A fauna

O Rio Grande do Sul tem uma importância ecológica mundial no que diz respeito às aves migratórias. Além destas, muitas aves residem na costa litorânea, e podem ser vistas com facilidade em Imbé. Algumas espécies que ocorrem no Imbé estão organizadas numa lista (Tabela 1).

A listagem a seguir teve como base o material elaborado pelo Ceclimar e pela UFRGS (Aves de Imbé-Litoral Norte/RS), tendo sido este revisado e atualizado com base na lista proposta pelo CBRO (Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos) 2006, Listas de Aves do Brasil. Versão 10/02/2006. Disponível em http://www.cbro.org.br Acesso em {25/04/07}.


Tabela 1. Aves de Imbé, litoral norte do Rio Grande do Sul.
Espécie Nome comum Família Status
Plalacrocorax brasilianus biguá Phalacrocoracidae R
Ardea Alba garça-branca-grande Ardeidae R
Egretta thula garça-branca-pequena Ardeidae R
Syrigma sibilatrix maria-faceira Ardeidae R
Nycticorax nycticorax savacu Ardeidae R
Mycteria americana cabeça-seca Ciconidae R
Rostrhamus sociabilis gavião-caramujeiro Accipitridae R
Milvago chimango Chimango Falconidae R
Falco sparverius quiriquiri Falconidae R
Caracará plancus carcará Falconidae R
Haematopus palliatus piru-piru Haematopodidae R
Pardirallus sanguinolentus saracura-do-banhado Rallidae R
Jacaca jacaca jaçanã Jacanidae R
Himantopus himantopus pernilongo Recurvirostridae R
Vanellus chilensis quero-quero Charadriidae R
Espécie Nome comum Família Status
Charadrius collaris batuíra-de-colar Charadriidae R
Charadrius falklandicus batuíra-de-coleira-dupla Charadriidae VN
Tringa melanoleuca maçarico-de-perna-amarela Scolopacidae VN
Gallinago paraguaiae narceja Scolopacidae R
Larus dominicanus gaivotão Laridae R
Sterna trudeaui trinta-réis-de-coroa-branca Laridae R
Rynchops niger talha-mar Rhynchopidae R
Zenaida auriculata pomba-de-bando Columbidae R
Columba Lívia pomba-doméstica Columbidae R
Leoptotila verreauxi juriti-pupu Columbidae R
Crotophaga ani anu-preto Cuculidae R
Guira guira anu-branco Cuculidae R
Athene cunicularia coruja-buraqueira Strigidae R
Hylocharis chrysura beija-flor-dourado Trochilidae R
Colaptes melanochlorus pica-pau-verde-barrado Picidae R
Colaptes campestris pica-pau-do-campo Picidae R
Furnarius rufus joão-de-barro Furnariidae R
Xolmis irupero noivinha Tyrannidae R
Satrapa icterophrys suirir-pequeno Tyrannidae R
Machetornis rixosus suiriri-cavalheiro Tyrannidae R
Pitangus sulphuratus bem-te-vi Tyrannidae R
Tyrannus savana tesourinha Tyrannidae VS
Progne tapera andorinha-do-campo Hirundinidae R
Troglodytes musculus corruíra Certhiidae R
Sicalis flaveola canário-da-terra Emberizidae R
Thraupis sayaca sanhaçu-cinzento Emberizidae R
Coereba flaveola cambacica Emberizidae R
Sturnella superciliaris polícia-inglesa Icteridae VS
Amblyramphus holosericeus cardeal-do-banhado Icteridae R
Molothrus bonariensis chopim gaudério Fringillidae R
Passer domesticus pardal Passeridae R


Além destas aves citadas na lista, algumas aves marinhas pelágicas migram para o litoral gaúcho, como albatrozes, petréis e pingüins.
Em relação aos cetáceos, grupo representado por baleias, botos e golfinhos, até o momento, é conhecida a ocorrência de 42 espécies para o Brasil, sendo que o Rio Grande do Sul é a área com uma das maiores diversidades do país. Atualmente, são registradas 34 espécies para a água do Estado, o que representa 80% de todas as espécies do país. No entanto, muitas dessas espécies não são avistadas por serem oceânicas (6).

As espécies de cetáceos mais freqüentemente encontradas são Pontoporia blainvillei (toninha), Tursiops truncatus (golfinho-comum), Eubalaena australis (baleia-franca) e Delphinus delphis (delfim-comum) (7).

Entre os pinípedes, as espécies mais observadas são Otaria flavescens e Arctocephalus tropicalis, principalmente durante o outono e a primavera (8). Os outros pinípedes são visitantes ocasionais.

• Relação pescador-boto-tainha no estuário do Rio Tramandaí

Entre Tramandaí e Imbé, no Rio Tramandaí e no Rio Mampituba, existe uma forte cooperação entre o homem e os botos, os pescadores se introduzem no mar até a cintura, enquanto o boto ecolocaliza o cardume e o conduz até próximo à costa, avisando do melhor momento para o tarrafeio (9). Essa interação, entre os pescadores e os botos, pode ser vista acontecendo com uma certa facilidade na barra; de um lado os homens possuem sucesso na pesca e por outro, os botos aproveitam as tainhas que escapam da rede. A pesca é altamente ritualizada e parece envolver comportamento aprendido tanto no homem como no delfim. Pesca especializada culturalmente transmitida. Os estuários funcionam como regiões de reprodução e crescimento para muitas espécies de peixes, que se beneficiam das condições de “abrigo” e da disponibilidade de alimentos.

Conservação

Estamos vivendo uma crise ambiental mundial, ao mesmo tempo, há um crescente comprometimento para resolver os problemas atuais. Dessa forma, devemos pensar num gerenciamento costeiro de qualidade, na qual esteja incluído o manejo adequado de todos os recursos naturais, para que haja uma redução da ameaça a flora e a fauna, possibilitando dessa forma uma vivência mais harmônica do homem no litoral. Esse gerenciamento deve ser pensado de forma a conservar a biodiversidade e respeitar o habitat na qual estamos inseridos e dependemos dele para uma boa qualidade de vida.

Para que possamos usufruir o que a paisagem nos proporciona e utilizar os recursos naturais do litoral gaúcho por muitas gerações, é necessário que haja conhecimento científico, consciência e gerenciamento. Para isso, devemos buscar as conexões responsáveis pela manutenção do ecossistema; pensar na conservação em escala apropriada, ou seja, não apenas em conformidade com as fronteiras políticas estabelecidas pelos governos; reconhecer que o ser humano faz parte dos ecossistemas e que valores humanos influenciam a conservação ou destruição dos ecossistemas.

Algumas medidas podem ser feitas para ajudar na conservação do litoral, como a limitação de extração de recursos naturais, controle do lançamento de resíduos, do uso do solo e etc. Devemos juntar esforços na conscientização (educação ambiental), na fiscalização (leis cumpridas) e na pesquisa científica para a melhor compreensão da estrutura, na composição da flora e fauna, das interações entre o homem e o meio ambiente.


NOTAS
1- RAMBO, B. A fisionomia do Rio Grande do Sul. 2°ed. Porto Alegre: Selbach, 1956.
2- SCHAFFER, W. B.; PROCHNOW, M. (Orgs). A Mata Atlântica e você: como preservar, recuperar e se beneficiar da mais ameaçada floresta brasileira. Brasília, APREMAVI, 2002.
3- Ver nota 1.
4- PFADENHAUER , J. & RAMOS, R.F.. Um complexo de vegetação entre dunas e pântanos próximo a tramandaí-Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia, ser. Bot., Porto Alegre, 1979.
5- Ver nota 1.
6- FONTANA, C.S; BENCKE, G..A; REIS, R.E. (Org). Livro Vermelho da fauna ameaçada de extinção no Rio Grande do Sul. EDIPUCRS, Porto Alegre, 2003.
7- SEELIGER, U., ODEBRECHT, C. & CASTELLO, J.P. (Eds). Os ecossistemas Costeiro e Marinho do Extremo Sul do Brasil. Editora Econscientia, Rio Grande, 1998.
8- Ver nota 7.
9- TABAJARA,L. Aspectos da relação pescador-boto-tainha no estuário do Rio Tramandaí-RS. In: Botos do Rio Tramandaí. Prefeitura Municipal de Tramandaí/ Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 76 p., 1992.

Texto Biologa Bianca H

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

CECLIMAR


Bem, vou manifestar-me também.

Infelizmente, muitos voltarão no sábado, e alguns irão no sábado. Não sei quem ficará até domingo, e tenho dúvidas, é claro, quando à produtividade desta oficina. Entendo as razões de todos, mas meu compromisso é com a disciplina e com o CECLIMAR.

Gostaria de ter mais claro, quem irá de ônibus ou carro particular, e definir um horário d eencontro para sexta-feira. Saíremos - os que vão de ônibus, pelo menos, Tamáris, eu e o Gus - as 15 horas. Assim, penso que 17:30 seja um horário razoável para começarmos os trabalhos. Isso ainda depende, é claro, do pessoal do CECLIMAR. De todo modo, temos muito o que fazer, com ou sem eles.

Peço que todos levem material para registros e para desenhar. Espero que possamos já ter elementos de projeto para discutir ao final da oficina e na próxima aula em ateliê (lembrando que, no dia 23/10 não estarei presente e, neste sentido, a turma deve auto-organizar-se e produzir bastante na minha ausência). Esclareço que, ao contrário do qu eue esperava, só estarei d evolta da Argentina na segunda-feira, 26 de outubro, em razão da indisponibilidade de vôoso de volta antes dessa data.

Peço que tenham em menta a pauta preliminar de enfoques, na perspectiva de que as duplas vão debruçar-se diretamente em seus temas. Assim, penso que vocês podem se preparar para isso, eventualmente levando consigo eventuais referências de apoio: livros, revistas, e sei lá mais o que.

Outra pergunta que não quer calar é: isso vai dar pé?
A resposta é: siiimmm, vai dar o maior pé, porqu evale a pena, e porque queremos realizar um bom trabalho, de verdade!

abraços a todas/todos,

Leandro

CECLIMAR


Pessoal:

Rápidos comentários sobre a mensagem da Tamáris:

I - Discutimos a possibilidade de realizar a viagem em carros particulares. Sou, pessoalmente, contra, mas parece haver uma tendência em relação a isso. Neste caso: i) precisariamos de três carros disponíveis (eu não tenho); ii) rachariamos a gasolina e os pedágios, mas perderíamos o direito do ressarcimento, creio eu; iii) nem precisaria dizer, mas fica o registro: motoristas estremamente (exageradamente, até) prudentes.

II - Quanto à pauta de enfoques projetuais que apresentei, deve ser enrtendida como um esboço. É importante de todos se coloquem nessa discussão, com libertade para questionar se esse é o modo correto de fazer as coisas

III - Ainda quanto à pauta, é inaceitável que os temas "layouts" e "novos espaços" fiquem em aberto. Talvez sejam estes os focos mais urgentes, na perspectiva do Ceclimar.

IV - E, ainda quanto à pauta, lembro que "existe" uma linha pontilhada a ser preenchida. Ou várias delas: demandas que, em minha síntese, eu não tenha percebido.

V - O tema da participação: precisamos encontrar formas para superar esta barreira. De fato, neste momento, minha mais forte impressão é de que a comunidade do CECLIMAR tende a permanecer passiva (razões a discutir). Talvez sequer estejam informados do nosso trabalho; talvez simplesmente esperem que os 'arquitetos" resolvam a s coisas sozinhos. Nossa perspectiva "insurgente" precisa estar clara, como um postulado do qual não podemos abrir mão. Ou seriamos mais um "escritório" desses que a gente vê por aí. Talvez tenhamos que pensar em "formas alternativas" de participação.

VII - Programação: pensamos na idéia de uma confraternização com a comunidade do CECLIMAR. Pensar é fácil, realizar é mais difícil. Penso que isso pode ser possível se o pessoal de lá aderir e, em alguma medida, assumir a iniciativa.

VIII - Metodologia: a abordagem a partir de uma pauta de enfoques articulados é francamente aleanderiana. mas estamos devendo a Paulo Freire uma postura mais ativa e comprometida, Nossa primeira oficina foi, em minha opinião, fantástica. mas os encontros seguintes, em ateliê, deixaram um pouco a desejar. Alguns estão meios sumidos! Vamos pegar juntos!!!! Por outro lado, a abrodagem lyncheana foi, no meu entender, muito adequada e operativa para compreender a problemática geral e para nos permitir uma primeira síntese da estrutura ambiental. Tudo isso tem que ser potencializado na próxima oficina.

XIX - Compromisso acadêmico: vale lembrar que cada oficina representa, mais ou menos 15 horas-aulas, das 90 h/a previstas. Embora eu tente ser bastante generoso em relação a presença, buscando valorizar a participação real e contribuição efetiva aos trabalhos, quero chamam atenção em relação à ausência neste momentos. Todos estavam conscientes, no momento da matrícula, quanto a proposta de trabalho. Este comentário não tem o objetivo de gerar constrangimento, mas sim chamar atenção para o comprometimento, e evitar surpresas e descontentamentos posteriores.

X - Por tudo o que escrevi acima, e para que possamos definir os últimos detalhes, peço que todos se manifestem com suma urgência, confirmando a presença. A Nati acabou de confirmar; eu e o gus também!

Abraços a todas e todos, com grande otimismo,

Leandro


Colegas!


Nosso “plano B” novamente em ação!

Como foi acertado na aula da última sexta-feria, está confirmada a nossa
saída de campo ao CECLIMAR. Mais uma vez cada um terá de arcar com suas
despesas de transporte hospedagem em um primeiro momento, pois pedimos
o reembolso junto a Pró-Reitoria de Graduação (que será confirmado OU NÂO

na quinta-feria, dia 15/10). Caso seja aprovado o resarcimento será pago
somente em novembro.

Lembrem que cada um é responsável por adquirir sua passagem. Achamos
que o horário mais adequado é o de sexta-feira às 15h - ônibus que vai
para a rodoviária de Tramandaí, pois a Prof° Carla Ozorio convocou todos
os funcionários do CECLIMAR para uma reunião/integração com a gente às 17h

de sexta. O retorno está previsto para a tarde de domingo.

Lembrando que a passagem custa R$19,35 sem seguro e R$20,60 com
seguro e também pode ser adquirida próxima a faculdade, no
posto de venda da João Pessoa (Av. João Pessoa 1831, praticamente
embaixo do viaduto)!


Outro lembrete: A colônia de férias não disponibiliza roupa de cama, nem de
banho e nem objetos de higiene pessoal. Então levem seus lençóis, cobertores,
toalhas e afins. E um bom par de tênis , pois possivelmente teremos de fazer
o trajeto entre nossa hospedagem e o CECLIMAR a pé e é uma distância
considerável.

Como acertamos também na aula de sexta, seguem abaixo a nossa
"divisão de tarefas" que foi definida por sorteio!Como quatro pessoas
não estam presente no momento, elas também foram colocadas em duplas.
Só que não designamos para duplas iriam os dois assuntos que sobrarm
no sorteio, então aguardo manifestações de "quem quer o quê"!

- Nati e Letícia - Interface ponte/CECLIMAR.
- Bruna e Xu - El gordo e sus amigos.
- Tamáris e Ju - readequação ambiental.
- Ripoll e Rodrigo - Interface Lago Ceclimar.
- Waldo e Cristiane - ?
- Cecília e Thaís - ?

Assuntos que "sobraram":
-rearranjo e layouts
-Novos espaços e demandas



Peço que os interessados em participar se manifestem!



Qualquer dúvida estou a disposição!
Abraços.

domingo, 11 de outubro de 2009

Proposta de expansão predial e de uso da área do CECLIMAR


Universidade Federal do Rio Grande do Sul
CECLIMAR/IB

Proposta de expansão predial e de uso da área do CECLIMAR



Direção 2008/2009
Profa Carla Penna Ozório e Eliane K. dos Santos

Plano diretor do CECLIMAR

Prédios/Espaços Existentes Prédios/Espaços Necessários
Áreas de preservação permanente
Área para tratamento de efluente (esgoto)
Guarita para a segurança
Prédio Administrativo Adequação do prédio para funcionar o administrativo, a biblioteca, o departamento; os laboratórios de pesquisa
Anexo do Administrativo (garagem, depósito)
Centro de Convenções para eventos pequenos (capacidade 150 pessoas) com auditório, duas salas, sanitários feminino e masculino, copa, espaço para exposição de pôster (hall amplo, espaçoso)
Quiosque e sanitários Centro de convivência espaço coberto com lancheria, sanitários, diretório acadêmico
Área para estacionamento para ônibus
Área para estacionamento par carros
Graduação Prédio I Graduação Prédio I
Ampliação do espaço da graduação com mais um prédio - Graduação Prédio II (laboratórios)
CERAM CERAM mais área ampliada
Museu Adequação da área da piscina
Recinto dos tubarões-fixa
EcoMuseu (torre de observação de aves, passarelas e decks sobre o pântano salgado da margem)
Área de lazer para a comunidade local para a prática de pesca
Anexo do gerador e filtro, Ampliação e Mudança de local do Anexo do gerador e filtro
Anexo administrativo do museu Ampliação do anexo administrativo
Marina Ampliação da marina
Galpão dos barcos


Divisão Administrativa
Setor Espaço fisco necessário (EFN) Área do EFN (m2) Finalidade do EFN e especificações


Administrativo Gabinete Diretor Substituto 9 m²
Gabinete Fundador 9 m²
Sala de reuniões 16 m² Realizar reuniões para um grupo de 10 a 12 pessoas
Arquivo morto 9m2 Guardar documentos
Núcleo de Informática 30m2 Duas salas: uma para três servidores (técnico em informática, gerente de rede e bolsista) e outra para equipamento de rede
Ampliação de sanitários 16 m² Aumento de sanitários masculino e feminino, com adaptação para portadores de necessidades especiais
Financeiro, Compras e Projetos e Obras Ampliação de sala compartilhada dos servidores 30 m2 Sala de uso compartilhado com atendimento de pessoas pelos servidores
Departamento do CECLIMAR Gabinetes para docentes (06) 54 m2 (6 X 9 m2)

Divisão de Infra-Estrutura
Setor Espaço fisco necessário (EFN) Área do EFN (m2) Finalidade e especificações do EFN
Manutenção predial
Limpeza
Jardinagem Sala de apoio para servidores 9m2
Vestiários para terceirizados da limpeza 9 m2
Depósito 40m2 Salão de alvenaria com divisórias internas para guardar 1) ferramentas, equipamentos e outros material relativos à manutenção predial; 2) material de limpeza em geral; 3) maquinário e ferramentas de jardinagem e combustível; 4) material de expediente
Transporte Vestiários para motoristas terceirizados 9 m2
Garagem 70m2 Abrigo para três veículos
Segurança Guarita Sala para central de câmaras 9 m2
Vestiário com sanitário 16 m2 Guardar equipamentos
Divisão de Ensino e Pesquisa
Setor Espaço fisco necessário (EFN) Área do EFN (m2) Finalidade e especificações do EFN
Graduação em
Biologia Marinha Salas para aula teórica (03) (3 X 50m2) Cada sala com capacidade 40 alunos
Laboratório de ensino em Biologia I 50m2 Laboratório com estereomicroscópios com capacidade 20 alunos
Laboratório de ensino em Biologia II 50m2 Laboratório com microscópios com capacidade 20 alunos
Laboratório de apoio 16m2 Sala para dois laboratoristas
Sala da coleção zoológica didática 50m2 Abrigar animais conservados utilizados em aula prática
Laboratório de ensino em Biologia Molecular 50m2 Laboratório para práticas de biologia molecular com capacidade 20 alunos
Laboratório de Bacharelado I – Biologia Marinha 30m2
Sala para alunos desenvolverem o TCC, capacidade para 10 alunos – Prédio Administrativo, área de pesquisa
Laboratório de Bacharelado II – Gestão Ambiental 30m2 Sala para alunos desenvolverem o TCC, capacidade para 10 alunos – Prédio Administrativo, área de pesquisa
Diretório Acadêmico 20m² Sala no Centro de Convivência


Setor Espaço fisco necessário (EFN) Área do EFN (m2) Finalidade e especificações do EFN
Biblioteca para atender dois cursos de graduação (Biologia Marinha e Turismo Sustentável
Gabinete para 2 bibliotecários 16m2
Recepção 16m2 Retirada e devolução de livros e armários escaninho
Ampliação área do acervo de livros já existente 8 m² Ampliação da área já existente para aumentar o número de estantes
Área para estudos individuais e em grupo 50 m²
Área com mesas para estudo contíguo a área do acervo de livros
Ampliação da área do acervo de periódicos 8 m²
Ampliação da área já existente para aumentar o número de estantes
Gabinetes para trabalho em grupo (02) 32 m² Duas salas para trabalho em grupo de 8 pessoas limitadas por divisórias parcialmente envidraçadas e com isolamento acústico
Sala de consulta à Internet Sala para 12 computadores limitada por divisórias parcialmente envidraçadas para consulta ao sistema, correio eletrônico, pesquisa na internet

Setor Espaço fisco necessário (EFN) Área do EFN (m2) Finalidade e especificações do EFN
Laboratório de Análise de Águas e Sedimentos e Biologia do Pescado – Bentos
Logística de Campo Gabinete químico 9m2
Gabinete para estagiários 16m2
Ampliação da sala de tratamento e análise do pescado 20m2
Sala de Triagem e análise de Invertebrados Marinhos 30m2
Área destinada para análise de plâncton, bentos e outros organismos marinhos. Sala de alvenaria com duas bancadas laterais, espaço para pia de inox e sistema de exaustão ?
Salas de análise de Parâmetros Sedimentológicos 24m2 Pesagem e pipetagem de amostras de sedimento Sala com capela e três bancadas: a primeira de alvenaria com pés duplos preenchidos com areia para balanças; a segunda de alvenaria normal e a ultima de alvernaria normal com pia
20m2 Peneiramento e armazenamento de amostras Área de depósito de amostras com área aproximada.
Depósito de Resíduos Químicos 10m2
Depósito de estocagem temporária de resíduos químicos gerados pelas práticas dos projetos e de aulas práticas desenvolvidas no Centro. Sala, onde três de suas faces deverão ser de alvenaria e uma delas apenas gradeada para maior ventilação. Inclusive, sem forro e em uma área um pouco afastada do prédio central.
Depósito de material de coleta 10m2
Sala para guardar materiais de coleta como: peneiras, redes, coletes de salva-vidas, bambonas, baldes, dragas, etc. Sala de alvenaria




Setor Espaço fisco necessário (EFN) Área do EFN (m2) Finalidade e especificações do EFN
CERAM Gabinete do coordenador 9m2
Gabinete para biólogo e veterinário 16m2
Gabinete de estagiários 16m2
Vestiários feminino e masculino com sanitários 28m2 Com espaço para armário, um box de chuveiro e um box para vaso sanitário.
Ambulatório 25m2
Ambulatório para triagem e diagnóstico, realização de exames laboratoriais e pequenos procedimentos e cirurgias. Sala com bancada para pequenos procedimentos; bancada para utilização de microscópio/lupa; bancada com pia inox para instalação de balança de grande porte, espaço para uma mesa inox usada em pequenas cirurgias e espaço para armário para guardar medicamentos e material de consumo
CERAM Sala para limpeza dos animais 32m2
Sala com sistema de canaletas e tubulação de água quente e fria para lavagem de pingüins Para captação da água de lavagem e resíduos haverá uma calha no piso, que levará até uma caixa separadora de água/óleo. Após esse tratamento, os dejetos seguirão ao sistema de esgoto convencional: fossa séptica – filtro anaeróbico – sumidouro, atendendo, assim, a legislação municipal. Serão instaladas luminárias pendentes, utilizadas para aquecimento dos pingüins..
CERAM
Sala para tratamento de aves 30m2
Sala para abrigar aves em tratamento prolongado. Sala de alvenaria onde a parte interna será dividida em forma de box em vários tamanhos com porta de grade. Ambiente com estrada de água, cocho para alimentação e sistema de escoamento para limpeza. Sistema elétrico adequado para o cada ambiente
CERAM Sala de necropsia 20m2 Sala para análise dos espécimes que vem a óbito no CERAM. Sala de alvenaria, com bancada de concreto, canaletas para escoamento e sistema de exaustão
Sala de preparação de material osteológico 15m2
Sala para maceração de material osteológico e de fixação e conservação de espécimes. Sala de alvenaria com canaletas, destinada à instalação de tanques de fibra, com capacidade de 1000 litros. Espaço para freezers
Sala de preparação de alimentos 12m2 Para preparação e acondicionamento de alimentos dos animais. Sala de alvenaria, que contará com uma bancada de concreto para preparação dos alimentos, pia com tampo inox.
Minizoológico
Intervenção paisagística Definição paisagística do minizoo estabelecendo-se o número e tipos de recintos que devem fazer parte do acervo permanente
Ampliação do recinto para o leão-marinho
Recinto para Aves 30m2
Recinto para abrigar aves que já estão tratadas e precisam exercitar pequenos vôos, aprender a se alimentar sozinha, até ser reintroduzidas na natureza. Recinto com três faces de alvenaria e uma de grade. Ambiente com estrada de água, cocho para alimentação e sistema de escoamento para limpeza.
Recinto para primatas 5m2
Recinto para contenção temporária de primatas. Local onde o animal precisa ser abrigado quando estiver num período maior de tratamento. Recinto com três faces de alvenaria e uma de grade. Ambiente com estrada de água, cocho para alimentação e sistema de escoamento para limpeza.
Sala para preparação de alimentos 12m2
Para preparação e acondicionamento de alimentos dos animais. Sala de alvenaria, que contará com uma bancada de concreto para preparação dos alimentos, pia com tampo inox.



Divisão de Extensão
Setor na Divisão Espaço fisco necessário EFN Área do EFN (m2) Finalidade do EFN
Museu Sala de exposição Adequação do espaço da piscina (terrário) e mudança dos aquários de água-doce para junto dos de água salgada
Sala de reserva técnica 40m2 Guardar objetos e acervo do museu que não se encontram expostos e necessitam de acondicionamento apropriado
Sala de coleção científica
Recinto para os tubarões-lixa Piscina adequada para a manutenção dos tubarões-lixa
Ampliação do anexo administrativo 16m2 Sala para dois servidores (biólogo e pedagogo)
16m2 Sala para estagiários
sanitário masculino (pia e vaso)
Área de copa
Ampliação e mudança de local do anexo do gerador e filtro 30m2 Laboratório de manutenção de aquários
9m2 Sala de apoio para dois servidores
Sanitário (pia e vaso)



Setor na Divisão Espaço fisco necessário EFN Área do EFN (m2) Finalidade do EFN
Educação Ambiental/CECLIMAR e Navegar/ESEF Gabinete CECLIMAR 12m2 Sala para servidor responsável pelo programa de cursos oferecidos pelo CECLIMAR (Prof. Pedroso)
Sala para servidores do CECLIMAR 16m2 Sala para dois servidores
Sala para Monitores CECLIMAR 16m2 Sala para três monitores
Sala de material didático 12 Sala para guardar os recursos didáticos utilizados nos cursos (coleção de animais fixados, baldes, peneiras, etc)
Laboratório 30m2 Local para Triagem de amostras e montagem de aquários, com bancadas e duas cubas (uma normal e outra grande
Sala de aula 50m2 Sala multiuso para 45 alunos com armários para 20 lupas
Gabinete ESEF 16m2 Sala para dois servidores
Sala Monitores ESEF 16m2 Sala para três monitores
Refeitório 70m2 Capacidade 40 pessoas
Cozinha 12m2
Galpão para barcos CECLIMAR e ESEF Vestiários feminino e masculino com sanitários 70m2 Com box para chuveiro, vaso sanitário, vaso sanitário para portadores de necessidades especiais e espaço para armários
Sala de apoio para servidores CECLIMAR 12m2 Sala de dois barqueiros
Área para barcos CECLIMAR 50m2 Ambiente para guardar motores e barcos
Depósito de material de coleta 10m2
Sala para guardar materiais de coleta como: peneiras, redes, coletes de salva-vidas, bambonas, baldes, dragas, etc.
Área para barcos ESEF 100m2

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Boa Viagem

Para aqueles que vão ( e também para os que não vão, mas irão...):


Para aqueles que vão ( e também para os que não vão, mas irão...):

Está na hora de tentarmos responder algumas perguntas importantes:

O QUE VAMOS FAZER EM IMBÉ NESTE FINAL DE SEMANA?

Um dos objetivos desta primeira oficina é construir coletivamente uma espécie de leitura "poética" do lugar, registrando nossas percepções, e refletindo sobre essa vivência. E "poesia", aqui neste contexto, significa poiesis, isto é, processo de criação.

A idéia por trás dessa "idéia" é que possamos construir, de forma participativa, um programa coerente, apoiado em nossos modos de ver o ambiente, explorando nossas subjetividades para, em seguida, buscar uma forma objetiva de projet-ação.

Para fazer isso, vamos tentar aplicar tudo o que estamos trabalhando na dsciplina - Freire, Alexander, Lynch - mas, principalmente, nossas habilidades de olhar. As formas de registro são livres: levem os meios e os materiais que acharem mais adequado para isso. Fotografia, desenho, música, textos... são formas de linguagens que podem ser misturadas, traduzidas umas nas outras, como significações arquitetônicas.

Outro objetivo é nos (re) conhecermos, uns aos outros, e todos juntos, transformando esse encontro numa espécie de "namoro" com o CECLIMAR e suas gentes e suas circunstãncias.

Outro objetivo é...................................................... vamos juntos preencher esta linha :)

POR QUE ESTAMOS FAZENDO ISSO?

Porque, apostando com Paulo Freire, esta é nossa forma de intervir no mundo, através do projeto que aponta para uma (re)construção das coisas, com a consciência do inacabamento, da imperfeição, mas também animados pela alegria, pela curiosidade e pela esperança.

E, com Alexander, porque existe uma diferença objetiva entre um bom e um mau habitat humano: uma diferença que se expressa num "sentir-se inteiro", acolhidos em um ambiente integral e integrador, capaz de potencializar a experiência humana.

Não é outra a função da arquitetura, senão elevar a experiência humana, construir dignidade através de pensamentos e tijolos. Alguém já disse (não lembro quem, mas era alguém muito sábio) que a arquitetura é a construção intensificada pelos sentidos:


(…) Si Ezra Pound afirma que poesía es la lengua cargada de sentido en el mas alto grado possible, "la lengua intensificada", y Auguste Perret plantea que la arquitetctura es la poesía de la construcción, podríamos proponer que la arquitectura es la construccion cargada de sentido en el mas alto grado possible, "la construccion intensificada".


Porque, como sujeitos que coletivamente (re)criam cotidianamente uma instituição chamada UFRGS, como parte desta comunidade acadêmica que nos ultrapassa no tempo e no espaço, estamos comprometidos: um compromisso que conecta os fazeres próprios da arquitetura com os quefazeres implicados em nosso crescimento, como arquitetos e como cidadãos.

Porque... en realidad nuestro norte es el sur.... como disse Joaquín Torres Garcia, para possamos saber onde estamos. Assim, é preciso sulear (uma palavra inventada por Paulo Freire) nossa atitude, abrindo espaço para que a arquitetura seja um direito expresso em nossa cidadania.

QUAL A IMPORTÂNCIA DISSO TUDO?

Além da possibilidade da realização em si, isto é, de que nossa contribuição ao CECLIMAR possa transformar-se em projetos concretos e que serão executados, penso que a maior importância está no processo de, reunidos, sermos capazes de ultrapassar o egocentrismo do indivíduo, que tanto marca a arquitetura contemporânea, na direção da construção coletiva.

Eis, pois, um caminho que, esperamos, nos leve a compreender um modelo diferente de arquitetura e de arquiteto, insurgentes em relação ao deixar-se levar, tão passivamente, pelo estado aparentemente irreversível das desigualdades e das injustiças. Ou, dito de outro modo:

- insurgente, urgente, gente... já falamos nisso, não?

Assim, as palavras de Paulo Freire, em forma de poesia, nos ajudam a pensar em tudo isso, quando, na "Canção óbvia", ele diz:


Quem espera na pura espera
vive um tempo de espera vã.

Por isto, enquanto te espero
trabalharei os campos e
conversarei com os homens.
Suarei meu corpo, que o sol queimará,
meus pés aprenderão os mistérios dos caminhos;
meus ouvidos ouvirão mais;
meus olhos verão o que antes não viam,
enquanto esperarei por ti.
Não te esperarei na pura espera
porque meu tempo de espera é um
tempo de quefazer.


Canção óbvia, Paulo Freire



Desejo, sinceramente, que a nossa aventura deste próximo final de semana seja uma oportunidade de pensarmos, juntos, muitas coisas juntas, de realizarmos nosso trabalho com a alegria, a esperança e a curiosidade epistemológica freireana, com a inquietude filosófica de Alexander, e, sobretudo, com a vontade de brindar ao mundo, fazendo-o melhor, em torno de nós.

E que seja o começo de uma aventura maior, feita de muitas aventuras compartilhadas!

abraços a todos,

Leandro